Consequências da covid-19
O vírus da COVID-19 pode atacar diretamente o miocárdio (músculo cardíaco) causando inflamações graves ao coração, o que resulta em falha no bombeamento sanguíneo. Arritmias e insuficiência cardíaca são as possíveis consequências dessa condição. O coração também pode ser atingido indiretamente, uma vez que a redução na concentração de oxigênio causada pela disfunção pulmonar, a liberação de citocinas e a isquemia devido a formação de coágulos podem comprometê-lo, o que pode resultar em infarto agudo do miocárdio.
Risco de sequelas
Os pacientes, principalmente aqueles que enfrentaram a forma grave da doença, acreditam que após receberem alta médica estão totalmente curadas. No entanto, ainda existem riscos de sequelas cerebrais, nos rins, pulmões, e coração, o que acaba prejudicando e fragilizando sua saúde. Entre as condições cardíacas mais associadas ao novo coronavírus, a fibrose pulmonar, trombogênese (propensão a formação de coágulos) e dislipidemia podem aumentar os riscos para uma doença cardiovascular conhecida, o acidente vascular cerebral (AVC). Com isso, é possível dizer que a atividade inflamatória derivada da Covid-19 pode perdurar de maneira silenciosa no organismo de um paciente, mesmo após sua recuperação.
Permanecer observando os sinais que seu corpo dá é essencial na busca por sequelas. Percebê-las pode não ser uma tarefa fácil, mas, quando tratadas de maneira precoce, podem garantir uma melhor qualidade de vida ao paciente. Portanto, fique alerta a estes sinais: falta de ar aos esforços, palpitações, dor no peito e desmaios. Caso apresente algum destes sintomas, é imperativo consultar com um cardiologista brevemente.
Risco maior para pacientes com doenças prévias
É importante lembrar que os indivíduos com doença cardiovascular prévia apresentam risco maior de mortalidade que a população geral. Isso normalmente ocorre por uma reserva miocárdica diminuída e o risco de falha do coração é maior. Cito alguns dados de letalidade da Covid-19: alguns pacientes apresentam risco aumentado comparado a população em geral, tais como aqueles com doenças cardiovasculares prévias (10,5%), diabetes (7,3%) e hipertensão arterial (6%).
Sabemos, por dados atuais, que mais ou menos 40% dos pacientes internados têm algum tipo de doença cardiovascular ou cerebrovascular. E dos pacientes que contraem a COVID-19 e evoluem para óbito, ou seja, os que falecem, cerca de um terço deles têm algum tipo de doença cardiovascular. Portanto, a doença cardíaca com certeza é um fator de risco bem estabelecido para complicações dos pacientes que têm COVID-19.
Assim sendo, é importante lembrar das medidas preventivas que são fundamentais para os pacientes cardiopatas: afastar-se de pessoas com tosse, febre ou falta de ar; uso de máscaras; lavagem das mãos; e principalmente vacinar-se contra COVID.
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